Insurreição Pernambucana

Insurreição Pernambucana (1817)

Resumo histórico reescrito — Atualizado em

No início do século XIX, o governo de D. João VI transformou o Rio de Janeiro em sede do Império Português, promovendo obras e benefícios à elite do Centro-Sul. No entanto, o custo dessas medidas recaiu sobre a população, que passou a enfrentar altos impostos e aumento no custo de vida. Esse descontentamento foi particularmente forte em Pernambuco, onde as tensões econômicas e sociais se agravavam.

Além dos impostos, os pernambucanos criticavam o domínio de comerciantes portugueses sobre o varejo e a preferência a oficiais lusos nas promoções militares. Em 1816, uma grande seca agravou a crise, reduzindo a produção agrícola e gerando fome. Esse cenário de miséria e injustiça acendeu o estopim de uma revolta.

A eclosão da revolta

Em 6 de março de 1817, inspirados pelos ideais da Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa, líderes locais depuseram o governador de Pernambuco e proclamaram uma República independente de Portugal. O novo governo reuniu representantes de vários setores da sociedade, incluindo o comerciante Domingos José Martins, o padre João Ribeiro, o militar Domingos Teotônio Jorge, o advogado José Luís de Mendonça e o senhor de engenho Manoel Correia de Araújo.

Os republicanos criaram uma bandeira própria, aboliram impostos abusivos, aumentaram os soldos dos militares e instituíram a liberdade de imprensa e de culto, embora o catolicismo continuasse como religião oficial.

Expansão e repressão

A revolta ganhou apoio em outras províncias do Nordeste, como Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, onde líderes locais também desafiaram a autoridade real. Os insurgentes tentaram obter apoio da Inglaterra e dos Estados Unidos, mas não tiveram sucesso.

O governo de D. João VI reagiu rapidamente: enviou tropas e navios de guerra para reprimir o movimento. Comerciantes portugueses e senhores de engenho locais apoiaram a repressão, temendo que a revolta seguisse o exemplo do levante dos escravizados no Haiti (1791–1804), que havia instaurado a primeira república negra das Américas.

Derrota e legado

Após 74 dias de resistência, a República Pernambucana foi sufocada. Os líderes foram presos e condenados à morte, como Domingos José Martins e o frei Miguel Joaquim de Castro, executados por lesa-majestade. Embora derrotado, o movimento marcou a primeira tentativa de independência do Brasil e revelou o desejo de autonomia regional frente ao poder centralizado do Rio de Janeiro.


Fontes consultadas:

Exercícios

  1. Explique as causas econômicas e políticas que levaram à Insurreição Pernambucana.
  2. Quais ideais estrangeiros inspiraram o movimento?
  3. Cite três medidas adotadas pelo governo republicano de 1817.
  4. Por que o medo do “haitianismo” influenciou a repressão da revolta?
  5. Qual o legado histórico da Insurreição Pernambucana para o processo de independência do Brasil?

Leitura recomendada

Para compreender melhor os movimentos emancipacionistas no Brasil, confira “História do Brasil — Boris Fausto”, uma leitura essencial para estudantes e professores.

Marcadores: insurreição pernambucana, revolta de 1817, república pernambucana, d. joão vi, independência do brasil, história do brasil, brasil colônia

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